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guinea pig being injected
Cobaias, coelhos, camundongos, pássaros e outros animais foram testados aos milhares. 

HSI parabeniza a decisão do Brasil de instaurar a dispensa de requisitos de testes em animais obsoletos para medicamentos veterináriosO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) introduziu um novo regulamento que permite isentar as empresas da realização de dois testes em animais considerados obsoletos e cientificamente desnecessários, usados no controle de qualidade de produtos biológicos veterinários, como vacinas. A medida foi bem recebida pela Humane Society International, que vem trabalhando no Brasil e em todo o mundo com autoridades regulatórias e outras partes do setor para eliminar e substituir testes obsoletos em animais das regulamentações para produtos biológicos humanos e veterinários, promovendo um alinhamento regulatório global para a aceitação e uso de novas metodologias que não utilizam animais.

Os testes em animais impactados pela nova regulamentação brasileira são conhecidos como teste de inocuidade, em inglês TABST e LABST (Target and Laboratory Animal Batch Safety Tests), e foram desenvolvidos há quase um século. Esses testes utilizam uma grande quantidade de camundongos, cobaias, aves e animais de grande porte, e agora vem sendo questionados quanto à relevância para garantir a segurança dos produtos biológicos veterinários. Após uma ampla revisão científica, o Brasil decidiu se juntar aos Estados Unidos, Europa, Japão e outras grandes economias para permitir a dispensa desses testes no país.

Antoniana Ottoni, especialista em assuntos federais da Humane Society International no Brasil, disse: “Esta mudança regulatória é bem-vinda e um verdadeiro caso de ganho mútuo – poupando animais de sofrimento desnecessário e morte, reduzindo custos e burocracia para empresas e autoridades, garantindo um alto padrão qualidade e segurança de medicamentos veterinários no Brasil. Somos gratos aos colegas do Ministério da Agricultura por sua colaboração e disposição em romper com uma tradição centenária em favor do alinhamento com o crescente consenso científico e regulatório internacional”.

Marcos Vinícius Santana Leandro, auditor e Coordenador Geral de Produtos Veterinários da Secretaria de Saúde Animal do MAPA disse: “O Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária tomou a decisão de instaurar um processo oficial de dispensa de testes em animais para controle de qualidade de produtos veterinários, ciente de que a segurança desses produtos pode ser alcançada com a melhoria do processo de fabricação, que percorreu um longo caminho nas últimas décadas, introduzindo controles rígidos sobre os materiais de partida e o desenvolvimento de Boas Práticas de Fabricação (BPF), garantia e controle de qualidade e sistemas de farmacovigilância. Esses avanços contribuíram para a criação de um ambiente seguro no qual a dispensa desses testes se tornou uma possibilidade viável e segura. Além disso, possibilitará a harmonização regulatória necessária para desburocratizar o registro de produtos veterinários sanitários de extrema relevância para a saúde animal e para o desenvolvimento do nosso país.”

O novo regulamento do MAPA pode ser acessado aqui.

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HSI

SÃO PAULO— A Humane Society International (HSI), organização global líder em proteção animal, pede que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) reverta sua decisão administrativa que limita o uso do termo “livres de gaiolas” no rótulo da embalagem de ovos. O rótulo permite que os produtores assegurem o direito constitucional dos consumidores de serem informados sobre como seu alimento foi produzido, permitindo que estes escolham o produto que melhor atenda às suas necessidades. No entanto, a nova interpretação dos quesitos de rotulagem do MAPA pode impedir que os produtores que utilizam sistemas de criação livre de gaiolas, os quais possuem melhores níveis de bem-estar animal, usem o termo “livres de gaiolas” em suas embalagens.

A HSI enviou prontamente ao MAPA uma nota técnica que pontua os argumentos e demonstra que a atual legislação para a inspeção e rotulagem de ovos não apresenta obstáculos ao acréscimo do termo “livre de gaiolas”, desde que o produtor consiga comprovar a alegação. O documento da HSI também ressalta o importante papel que a informação precisa e completa presente no rótulo desempenha ao permitir que consumidores façam escolhas mais conscientes.

Maria Fernanda Martin, gerente de programas e políticas corporativas do departamento de bem-estar dos animais de produção da HSI/Brasil, disse, “Recebemos inúmeros contatos de diversas partes interessadas, todas preocupadas com a decisão do MAPA. Acreditamos veementemente que, tanto no âmbito técnico, quanto no âmbito legal, o MAPA deve revogar sua decisão”.

O movimento cage-free (conhecido como “livre de gaiolas” em português) vem crescendo substancialmente ano a ano no Brasil, com mais de 100 empresas líderes dos setores alimentício e de hotelaria se comprometeram a utilizar exclusivamente ovos livres de gaiolas em todas as suas operações e produtos a partir de 2028, 2025 ou antes. Diversos produtores brasileiros já iniciaram a produção de ovos nesse sistema em pelo menos 10 estados brasileiros (Amazonas, Pernambuco, Alagoas, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Só em 2018, três novos produtores iniciaram a produção livre de gaiolas com mais de 220.000 animais cada. Alguns produtores que já possuíam tal sistema, ampliaram suas produções, e outros iniciaram a transição de seus sistemas de gaiolas para livre de gaiolas.

A HSI permanecerá vigilante em relação a decisão do MAPA e seguirá trabalhando com os produtores e com a indústria para a transição para sistemas de produção de ovos livres de gaiolas.

FIM

Contato de mídia: Maria Fernanda Martin, mfmartin@hsi.org

A ANVISA manifestou apoio à proibição legislativa de testes de cosméticos em animais e seis estados já proibiram essa prática cruel

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Meredith Lee/HSUS

BRASÍLIA—O relatório da senadora Gleisi Hoffmann sobre o Projeto de Lei 70/2014 relativo aos testes de cosméticos em animais publicado esta semana − a Semana Mundial dos Animais de Laboratório − apoia firmemente uma proibição dos testes de ingredientes e produtos cosméticos em animais, bem como a comercialização de cosméticos testados em animais. O relatório propõe várias alterações ao Projeto de Lei 70/2014, providenciando:

  • Uma proibição imediata de testes de produtos cosméticos acabados em animais;
  • Uma proibição de testes de ingredientes cosméticos dentro de um prazo de três anos;
  • Uma proibição do uso de dados obtidos por testes em animais para autorizar novos cosméticos no mercado brasileiro, mesmo que esses testes tenham sido realizados no exterior ou para outros fins (à exceção de testes realizados antes da entrada em vigor da lei).

Se adotadas pelo Senado, as mudanças sugeridas fechariam as principais lacunas da versão original do projeto de lei. O relatório está alinhado com as emendas propostas pelo senador Randolfe Rodrigues no Parecer (SF) 1/2017 adotado pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado no ano passado.

Liberte-se da crueldade.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária emitiu recentemente uma avaliação positiva dessas emendas, oficialmente aprovando pela primeira vez o fim completo desses testes.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) declarou: “É inaceitável, em pleno século 21, causar dor e sofrimento aos animais para a produção de cosméticos. Temos exemplos de varias empresas, nacionais e internacionais, que demonstram ser possível produzir cosméticos inovadores sem realizar testes em animais. Meu parecer é pela proibição completa desses testes, pois já passou a hora de eliminarmos esse tipo de crueldade da nossa sociedade.”

Antoniana Ottoni, assessora legislativa da Humane Society International, disse: “As emendas ao Projeto de Lei 70/2014, propostas pela senadora Gleisi Hoffmann, são essenciais para verdadeiramente pôr fim aos testes de cosméticos em animais, é isto que a população está pedindo. A aprovação da ANVISA a essas medidas deixa claro que essa legislação compassiva não terá impacto negativo para a proteção do consumidor, já que os cosméticos podem ser testados com métodos mais eficientes que não envolvem o uso de animais. A HSI agora concentrará seus esforços para obter uma votação rápida e favorável do relatório no Senado”.

O relatório da senadora Gleisi Hoffmann está disponível aqui.

Seis estados brasileiros já proibiram os testes de produtos e ingredientes cosméticos em animais: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Pará e Amazonas, abrigando cerca de 60% de todas as empresas de cosméticos no Brasil.

Globalmente, os testes cosméticos em animais foram proibidos em 37 países, incluindo a União Europeia, Israel, Índia, Noruega, Suíça, Taiwan, Nova Zelândia e Guatemala. Legislações similares estão sendo debatidas nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Chile, África do Sul e em outros lugares.

Contato de mídia: Helder Constantino: hconstantino@hsi.org, (21) 9 8342 4163.

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